quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

TRADUÇÃO - Haboso - eu a beijaria



Haboso - Eu a beijaria

Hee, heee,

Pela vida em seus olhos, oh lua, pergunte sobre nós

Ainda se lembra de nós, oh lua, ou já nos esqueceu?
Ah, se eu te alcançasse, oh lua, o que você faria?
Eu correria para ela e a beijaria... O que ela faria? Eu a beijaria
E com desejo eu alcançaria suas mãos e te diria, Oh Deus,

Te prometi em verdade, venha para mim, minha preciosidade
Venha, vamos voltar aos velhos tempos
Dois dias de mel e três de ternura
E um dia como este, e um dia como aquele em que se deprende do sofrimento
Junte suas mãos às minhas, e venha!
Vamos viver a vida sem culpa
Vamos ser felizes os 30 dias do mês
E vou te mimar e te fazer ouvir palavras que a farão perder o sono
Ah, se eu te alcançasse, oh lua, o que você faria?

Eu te amo e te imploro e te mimo
Venha, vamos nos livrar deste peso, e nos amar como no ínicio novamente
Vamos nos apaixonar imediatamente nesse reinício e deixar o fogo aumentar nosso desejo
Com duas palavras e um olhar seu, minhas forças se desmantelam, com um piscar dos seus olhos
Viveremos para nós dois dias de vida
E encontraremos nosso caminho para começarmos a viver

Ah, se eu te alcançasse, oh lua, o que você faria?
Eu correria para ela e a beijaria... O que ela faria? Eu a beijaria



quinta-feira, 14 de abril de 2016

Shaabi

Shaabi

Estilo musical bastante apreciado e atualmente muito divulgado em sites, blogues e redes sociais, o Shaabi (شعبي) literalmente quer dizer popular. Esse significado não se limita à dança ou ao estilo musical, mas a tudo que vem das massas. Não apenas o Egito, mas também outros países do norte africano, como Marrocos e Argélia, têm suas músicas estilo shaabi, cada um com suas características distintas. No Egito, até 1970, os grandes cantores como Om Khalsoum, Farid el Atrache, Mohamad Abdul Wahab e Abdel Halim Hafez dominavam o cenário musical; suas músicas tinham ricas composições, linguagem clássica e arranjos sofisticados. Em 1971, Ahmad Adaweia, egípcio de origem baladi, se lançou com grande sucesso, cantando músicas que retratavam os anseios, os sonhos e as dificuldades da classe trabalhadora. Sua linguagem era a das ruas do Cairo, cheia de gírias e até de duplo sentido. Muitas de suas músicas, como por exemplo “Habba Fo` u Habba Taht” (“uma parte está em cima e a outra está em baixo”), se referem à classe de elite egípcia que sempre se beneficia, enquanto a classe trabalhadora não consegue progredir. Contestando a burguesia egípcia, esteve sujeito à censura, principalmente no início de sua carreira. Os cantores shaabi atuais têm cada um seu estilo próprio e uma visão pessoal sobre a vida, mas todos admitem que foram influenciados por Adaweia, como, por exemplo o cantor de grande sucesso Hakim, de voz inconfundível, considerado “Sheikh do Shaabi”, que cresceu com o som da classe trabalhadora e suas raízes do sul do Egito. Com a influência de Adaweia, começou a praticar desde cedo as improvisações vocais típicas do shaabi chamadas mawals. Outro cantor muito popular é Shaaban Abdel Rahim que, antes de se tornar artista, viveu como trabalhador humilde. Fez várias músicas de protesto político sobre a situação de violência contra os países árabes. Muitas de suas músicas foram vendidas informalmente, devido à censura do governo, mas sua linguagem informal e letras extremamente sinceras fizeram imenso sucesso por todas as ruas do Cairo. Inúmeras músicas shaabi também têm um tom engraçado, brincalhão, insolente. No shaabi, tudo é válido: sons de carro, telefone, pato, vozes engraçadas, risadas, gírias, duplos sentidos até de conotação sensual, e temas do simples cotidiano e do amor. Tudo isso reflete o espírito do povo egípcio do subúrbio. Quem teve a oportunidade de vivenciar essa realidade, percebe o quanto enriquecedor é observar as mulheres egípcias suburbanas, com seu tom de voz alto, fala cantada, gestos de mão frenéticos, expressão que não se limita ao rosto, mas que percorre todo o corpo, mexendo os ombros e levando as mãos às cadeiras. Mulheres que são capazes de bater no marido, se perceberem que esses estão com a intenção de se casar com uma segunda esposa, o que nos mostra essa mistura de comédia e drama que permeia a vida desses egípcios. Os homens, com olhar namorador, mas ao mesmo tempo pasmos com a presença feminina, em alguns momentos demonstram certa ingenuidade no que se refere ao amor, mas ao mesmo tempo uma malandragem sem igual. E na dança, como isso reflete? É preciso saber a letra da música para se dançar shaabi? Ah, é bastante importante... O ideal é compreender a letra, sim, ao menos o tema da música para que a sua expressão facial e corporal seja condizente com o significado e, mais do que isso, para que você possa escolher a música que quer interpretar, não apenas pela composição musical e ritmo, mas por aquilo que a música expressa. É claro que a dança deve retratar o tema da música, mas se deve ter o cuidado de não transformar sua performance em mímica. A dança pode conter gestos mais marcantes que irão enriquecer sua interpretação, mas seu excesso pode remeter a uma apresentação infantil. O mesmo se aplica a cantar a letra da música, o que é muito válido se, no calor da emoção, isso acontecer espontaneamente ou mesmo se for para dar ênfase a alguma parte que esteja interpretando, mas também se deve ter moderação, já que o excesso pode tornar sua apresentação mais uma dublagem do que propriamente uma dança. Como a música tem tema e linguagem mais informal, os movimentos são mais soltos do que na dança clássica, cujo alinhamento corporal é mais elegante. No shaabi, os movimentos são mais simples, porém com bastante sentimento. Para enriquecer sua dança, é preciso prestar atenção nos instrumentos que estão tocando em cada parte da música. Cada instrumento tem uma característica distinta e suas combinações também. Geralmente na voz do cantor, você vai usar movimentos mais contidos, mais intimistas. Já quando entra o coral ou toda a orquestra, os movimentos são mais fortes, expansivos, permitindo maior deslocamento. Nas partes em que se evidencia a percussão, os movimentos de quadril com batidas e shimmies devem ser mais utilizados. É importante lembrar que cada pessoa tem uma bagagem e uma personalidade distinta, e assim, cada dança vai ser carregada de interpretação pessoal; a forma de traduzir a emoção em movimentos vai ser diferente, e principalmente a expressão facial de cada bailarina deve ser fiel a ela mesma, para que mesmo dançando estilos de música completamente diferentes, seu estilo pessoal seja marcante.
Texto de Munira Magharib
***********(artigo publicado na Revista Shimmie)

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